quinta-feira, 29 de abril de 2010

CÂMARA MUNICIPAL DE NATAL



Frente Parlamentar faz homenagem póstuma a Zilda Arns
Fundadora da Pastoral da Criança e do Idoso teve seu rosto imortalizado numa edição especial de selos lançada pelos Correios
A Frente Parlamentar Municipal em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente realizou na manhã desta quinta-feira, 29, homenagem póstuma a Zilda Arns Neumann, médica sanitarista e fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa. Doutora Zilda Arns, como era conhecida mundialmente, morreu em janeiro durante o terremoto que atingiu o Haiti.
O autor do proposição, vereador Hermano Morais (PMDB), iniciou a solenidade explicando que a iniciativa da homenagem partiu das próprias entidades que fazem parte da Frente Parlamentar – que hoje já somam mais de cem. O peemedebista informou ainda aos presentes que deverá ser votado ainda hoje o projeto de Decreto Legislativo que cria a Comenda Zilda Arns.
“Oportunamente, informo aos presentes que deveremos aprovar ainda nesta quinta a criação da Comenda Doutora Zilda Arns, que será concedida anualmente à personalidades, instituições não governamentais e empresas que se destacam na luta pela defesa dos direitos da criança e do adolescente”, disse.
Biografia
Hermano Morais leu ainda uma biografia da homenageada, destacando que o exemplo deixado por Zilda Arns deve ser seguido por todos. “Desejo que o legado de esperança, fé e amor ao próximo deixado pela doutora Zilda Arns nos sirva de inspiração para que, com muito trabalho, possamos construir uma sociedade justa”, ressaltou.
Em seguida, Hermano Morais deu continuidade à solenidade fazendo a entrega simbólica do título de Cidadã Natalense concedido a Zilda Arns ainda em vida, com propositura do então vereador Carlos Santos. Na oportunidade, o Arcebispo de Natal Dom Matias recebeu da mão de Hermano e Carlos Santos o título, em nome da família da missionária.
“Quero louvar a iniciativa desta Casa de homenagear a grande mulher que foi Zilda Arns. Atribuo todo o trabalho realizado por ela à sua primeira escola: a família. Zilda Arns veio de uma família de origem muito cristã, que se reunia todos os dias para rezar o terço. Então, ela absorveu os ensinamentos de Jesus e compreendeu que nossos dons nos são dados não somente para benefício próprio e sim para propagar o bem ao próximo”, discursou Dom Matias.
Diploma
Também foi concedido à coordenadora Estadual da Pastoral da Criança, Marluzia Maria Pessoa, um diploma de homenagem a Zilda Arns pelos relevantes serviços prestados à cidade do Natal. “Eu poderia passar horas falando sobre a obra de Zilda Arns, mas isso iria contra a sua natureza, pois ela nunca fez da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa fontes de promoção pessoal. Ela assumiu o mandamento que diz que devemos amar uns aos outros, assim como Deus nos ama”, relatou Marluzia.
Por fim, o diretor da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Francisco Gilberto da Silva, apresentou as marcas do selo e carimbo dedicados a Zilda Arns. Os primeiro selos e carimbos foram marcados, através de obliteração, por coordenadores da Pastoral da Criança e do Idoso, Bispo Dom Matias e pelo vereador Hermano Morais. No total, seis pessoas relacionadas ao trabalho e obra da homenageada foram escolhidas para carimbar e receber os primeiros selos de homenagem a Zilda Arns.
A Frente Parlamentar reúne hoje mais de cem instituições que nesta ocasião se fizeram presentes lotando as galerias. O evento se encerrou com o canto do hino da pastoral da criança, Semente, de autoria de Romildes Nascimento.
Trajetória de Zilda Arns
A médica, coordenadora da Pastoral da Criança e três vezes indicada ao Prêmio Nobel da Paz pelo Brasil, foi inspirada a iniciar seu trabalho em 1982, depois de um membro das Nações Unidas incumbir seu irmão, o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, de promover a redução da mortalidade infantil no país por meio da Igreja Católica.
Formada em medicina e com especializações em educação física e pediatria, o trabalho de Zilda com crianças começa no Hospital Cezar Pernetta, na capital paranaense, entre 1955 e 1964. Depois de trabalhar em outras instituições, ela reforça seus laços com os jovens e com a Igreja - também graças ao irmão cardeal, ícone da luta contra o Regime Militar (1964-1985) e desde o início um dos maiores advogados das ações da Pastoral.
Zilda coordenava cerca de 155 mil voluntários, presentes em mais de 32 mil comunidades em bolsões de pobreza em mais de 3.500 cidades brasileiras.

Com Gabriela Barreto e Ascom da CMN.
Fotos de Elpídio Júnior

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